um meio-tremo

Geralmente prefiro os meios, como e principalmente em relação ao clima, neste me identifico inegavelmente.
Gosto do abafo, do café, mais dos objetivos do que dos objetos.
Do morno, do médio, mas na verdade, tudo é relativo, posso muito bem -em algumas fases do meu humor lunar- preferir o extremo, mas nunca o exagero.

domingo, 10 de abril de 2011 às 15:28

certa vez

Uma vez eu conheci uma garota, muito simpática ela, dava bom-dia, sempre feliz,sorria de forma hipnótica, que nos forçava a retribuir, mas eu a matei. Aos poucos e sem-querer, quando percebi era tarde,só me restava substituir o coração velho e ensanguentado por um de aço, que continuaria batendo, porém, desta vez, seco, frio e duro.

às 15:22

Numa quarta feira.

Mary acordou tarde, resolveu não ir trabalhar hoje, talvez também não fosse amanhã, estava entediada de ver frequentemente a secretária desprevenida  na sala do chefe quando ia entregas os relatórios, cansada da burocracia, irritada com os pensamentos que lhe ocorriam, percebeu que não tinha outro foco para distrações, já que não tinha contato familiar desde que comentou sobre suicídio com seus pais extremamente católicos e desde que parou de estudar quando trancou a faculdade haviam dois anos.
Resolveu zapear os canais enquanto comia pipoca com um refri diet qualquer, seus acessos de fúria e choro descontrolado, resolveu experimentar o vento correndo por suas madeixas loiras , da sacada florida até os espinhos de rosa branca no térreo, pensou em seu corpo estraçalhado e algumas peças de roupa rasgadas, estremeceu, e quando imaginou todo o estrago que faria, desistiu e foi ver televisão.


às 15:17

segurava-a

Ela estava incerta se o que fazia ia de encontro as leis da moral, mas pouco ligava para os padrões de Manhattan sobre o que era certo ou inconveniente, porque lá ela se sentia segura, com a cabeça em seu peito ela sentia como se aquilo fosse um lar.

às 14:43

então, quando acorda..

Seus olhos eram tão penetrantes que ela mal sabia se estava acordada ou realmente morta, mas o desejo insaciável que sentiu quando ele a tocou respondeu a dúvida efêmera, agora ela via como estava acordada. E viva!

às 14:36

mas hein, hm

Eu fico me perguntando se tem alguém que me observa quando eu passo, não me refiro aqueles velhos tarados, nem aos meninos que ficam olhando da janela do carro. Na na na!
Quero saber se alguém me olha de verdade, que observa minhas mãos, minha maneira de sentar, o meu sorriso, porque é assim que eu os olho, é desta forma que decido se fulano é aceitável, ciclano é casável e tal outro é apenas pegável, porque, por mais que você não queira, por menos que você deseje, é assim que você é classificado. Alguém me observa realmente? Alguém é como eu?

às 14:29

go go?

Vamos fugir? Me tire do tédio, me leve embora de casa, dos estudos, do trabalho, desta sociedade, desta rotina, me leve embora, me mostre uma ilha, uma praia, até à Disney, à Torre Eiffel, ou só me leve até seu quarto e me abrace forte!


às 14:19